Mandingas de Anita - Reveillon

No último post, falei sobre uma das minhas datas mágicas. O Reveillon é outra. Sem cartolas, sem varinhas (desta vez com coelho), mas com muitos magos e bruxinhas vestidos de branco, azul ou dourado, cada qual com seu roll de feitiços. Independente do sexo, idade, classe social, nacionalidade ou religião! Ande pela areia de Copacabana e verá um festival de mandingas! E que atire a primeira pedra, quem nunca fez uma simpatia na virada! rsrs

Em dezembro, é sagrado: sempre reservo um momento para fazer um balanço do ano que passou! Peço um mini flash back e revejo as coisas boas e "ruins" que me ocorreram no ano; as metas alcançadas e as não alcançadas; os pontos fortes, os fracos; e os aprendizados que levo do ano que termina.

Faço isso para cada campo da minha vida: saúde, amizade, amor, família, trabalho, lazer, espiritualidade, recursos materiais etc.  E então traço novas metas para o ano seguinte. Ah, tudo por escrito!

Isto funciona melhor que qualquer "mandinga", apesar de também fazer uso delas! rsrs

Algumas são culturais, como comer uva, a cor da roupa que uso, brindar e pular sete ondinhas. Já outras, intuitivas; algumas são fixas e outras mudam conforme o ano ou objetivos. Mas, no final das contas, tudo acaba é num samba do macaco louco!

No último dia do ano, sigo, geralmente, o seguinte ritual: reservo um momento para agradecer, depois para me purificar, depois para me energizar, depois para as minhas orações e por último, para confraternização. O tempo e a forma é que variam conforme as circunstâncias.

Supertição ou não, aposto que você não passa o Reveillon de preto! rsrs Na dúvida, é sempre melhor não arriscar, não é mesmo?! rsrs
E por falar em roupa, essa é outra mania que também faz parte do senso comum. Costumo usar roupas ou acessórios na cor que representa algum desejo para o ano que chega: rosa - amor, dourado - prosperidade, branco - paz, vermelho... well... hehe

Complicado é quando se quer muitas coisas pro mesmo ano! rsrs Ou você virá arco-íris, ou usa 10 calcinhas, uma pra cada cor! Acredite, conheço alguém que já fez isso! rsrs

Ah! Às vezes também me visto ou uso algum acessório da cor do Orixá regente do ano. Não "bato tambor", mas para começar o ano com pé direito, vale até oferecer palmas para Iemanjá!!! Acredite ou não, uma coisa é certa: pode até não reger o ano, mas quem rege a moda Reveillon 2011 é Oxum!

As vitrines estão cheias de roupas brancas e amarelas, não é a toa! rsrs

Outra mania sagrada: estar em contato com a natureza para terminar e começar bem o ano. De preferência no mar, para purificar e para recarrecar as energias com os bons fluidos dos quatro elementos.

Já percebeu que em geral temos a presença dos quatro elementos na virada? Fogo: fogos de artifício, luzes ou velas. Água: mar, cachoeira, piscina ou taça cheia. Terra: chão, castanhas, lentilha, uva. Ar: estar ao ar livre, estar no alto, incensos, abrir as janelas da casa para o ano novo entrar.

As receitas são muitas: banho de sal grosso, de arruda, de manjericão, de rosas; insenso de olíbano, de mirra, de jasmim; passar canela, passar mel; guardar sementes de romã ou santo antônio na carteira, comer uva, comer lentilha, não comer bicho que cisque para trás etc.

Acho que tudo já tentei isso tudo e algo a mais!!! rsrs Mas algo que me fascina é saber que, de geração em geração, fomos reproduzindo rituais tão antigos cuja origem nem conhecemos mais. Meus macaquinhos andam curiosos feito crianças na fase dos porquês...

Seja lá qual for sua receita, pelo menos temos todos uma coisa em comum: o pensamento.
O pensamento é a origem das ações, é o poder da criação. Será que existe algo no mundo que não tenha sido concebido em pensamento antes?

Logo, creio que as simpatias e magias servem para canalizar e sustentar o pensamento. Dependendo do seu poder de atenção, de concentração, são até dispensáveis.

A verdadeira magia do Reveillon, portanto, não a vejos nos rituais, mas no mutirão de milhões de seres humanos semeando pensamentos de paz, amor, felicidade e prosperidade.

Loka samasta sukhino bhavantu!

Om Shanti, Shanti, Shanti!

Que todo dia seja Natal!

Existem certas datas que considero mágicas por nos tirar de nossas rotinas para vivermos como creio que deveríamos viver: com alegria, gratidão, luz, esperança, amor, união, paz, solidariedade e compaixão. E talvez o Natal seja a mais mágica de todas - seja por seus ritos, seus mitos, seus símbolos ou seu espírito.

Desde que as primeiras luzes de natal são acessas, um clima diferente já surge no ar...
Sinto isso ao passar, por exemplo, em frente ao Shopping Tijuca: meus olhos logo se elevam para admirar as luzes de Natal e me sinto desacelerando num profundo suspiro...

Cada sentimento ou pensamento tem sua expressão no corpo e cada expressão corporal também reflete em sentimentos e pensamentos. O simples ato de olhar para o alto ou de respirar de forma mais calma e profunda já provoca alterações na percepção, cognição e sentimentos.

Infelizmente, nas cidades olhamos pouco para o alto, talvez por quase não termos estrelas para admirar. Mal vemos um por do sol, o vôo dos pássaros, a dança das nuvens, as fases da lua, pois todos são escondidos pelos prédios ou ofuscados pelas luzes artificiais. E só nos resta os papéis de parede e os pisca-piscas para nos inspirar.

Logo, a função dos símbolos, dos mitos e dos ritos seria a de transmitir mensagens, mesmo que inconscientes, e de provocar sentimentos, pensamentos e ações. E que data além do Natal é mais rica em símbolos?

Entretanto, para uma criança, pouco importa saber seus significados! Basta sentir os cheiros, as cores, os brilhos, os gostos, os afeto! E ninguém melhor do que elas conseguem desfrutar a magia desta data, afinal não foi atribuído ao aniversariante o discurso de que delas é o reino dos céus? Talvez por serem baixinhas, são obrigadas a voltar o olhar mais para o alto...

Mas uma coisa é certa: a data é muito melhor na presença delas!

No Natal, portanto, viramos um pouco crianças, pois, independente dos porquês, estivemos reunidos com as pessoas amadas; por um mês nos confraternizamos com amigos e colegas de trabalho; presenteamos pessoas que sequer conhecíamos; e votos de paz, luz, amor, felicidade e prosperidade mentalizamos e verbalizamos.

Enfim, acredito que a magia da data está no seu poder de parar o mundo, unir pessoas e encher nossos corações de amor e compaixão. E não seria ótimo se vivêssemos assim todo o dia?

Sendo ex-aluna de colégio de freiras, neta e sobrinha de católicos, muito do que sou hoje, apesar de não me considerar católica, devo à minha educação cristã. Logo, espero que independente de suas crenças os sentimentos de amor e compaixão iluminem seus corações e suas mentes hoje e sempre.

Que seja Natal todo dia!

Ana Noel.